quinta-feira, 8 de outubro de 2009

CANTO DAS TRÊS RAÇAS, Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro


Ninguém ouviu

um soluçar de dor
No canto do Brasil.
Um lamento triste
sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro e de lá cantou.
Negro entoou
um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares,
onde se refugiou.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes.
Nada adiantou.
E de guerra em paz,
de paz em guerra,
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar,
Canta de dor.
E ecoa noite e dia:
é ensurdecedor.
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador...
Esse canto que devia
ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor

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